4/10/2005

biografia XV - 43

ainda a mesma
janela o mesmo rio que não
leva pro mar o

mesmo limoeiro arrancado as nuas
imensidões da adolescência os
vales ainda
espraiando-se

a mesma estrada
esburacada a mãe sozinha o
pai sempre fora os

mesmos sonhos
infantis o lote vazio ainda o
vazio espraian
do-se


Adair Carvalhais Júnior

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Adair, gostei do seu blogue.
Esse poema, belíssimo, eu já havia lido no multiply.
besitos

Adair Carvalhais Júnior disse...

Que bom que veio me visitar, Sandra.

bjos

Adair

soledade disse...

E eu li no buteco. E perguntei-me que rio era este, e para onde te levava, este rio que anseia o mar desde o poema I de Biografia.
Na memória - se não na realidade -a paisagem da infância, das origens, mantém-se, até o limoeiro entretanto arrancado. Mantém-se, em suas plenitudes e vazios.
Beijo