de onde vim um vasto
vazio degradava os
pés feridos cambaleavam sobre
pedras olhos
turvos perseguiam
luz
errantes as ruas afrontavam
os dias corrompiam
as mãos sob
trapos solitárias as
noites
extraviavam se
súbito as horas
mortas adivinhavam
teu corpo longínquo o
sossego de tua voz
=
de onde te pressentia
as tardes revestiam se
de vinho
ansiosos os olhos sondavam
tua voz
de
onde te adivinhava
as
ruas claras
sugeriam
promessas
os
pés atreviam se
nas
águas
o
mar insinuava luas
=
de onde te avisto os
morros desenham desejos
nas janelas
cedo o sol invade
alegra nossa cama
há nas manhãs um sonho
rebrotando um
abrigo
de árvores se
erguendo
de onde te toco as
as pedras alçam
lares
a lua penetra leve
acinzenta as paredes
nas noites o odor
do vinho aventura se
em nossos corpos
abrem se incomensuráveis
caminhos de terra
Adair Carvalhais Jr