2/01/2005

Soledade

Soledade é uma grande amiga. Ainda não nos vimos mas nos conhecemos muito bem.
Além de grande amiga tem sido, para mim e meu trabalho, uma referência constante, lúcida e sempre próxima.
Vejam porque...


OUTRA LUA


Outra lua encheu e começa a minguar,

imensa lua de Inverno branca

em desmaiado azul de antemanhã.

Que luz fria se entranhou nas mãos

e abriu fissuras,

no coração silencia o canto

e nos olhos, do choro fez calmaria.



Tão pálida, tão alta. Aprende-se a olhá-la

como fragmento de nós ausente,

espelho de mundo sem espessura.




Uma lua

como se não tornasse a haver Verão.



Soledade Santos

2005

9 comentários:

virna disse...

gostei muito do poema da soledade.
um abraço

Adair Carvalhais Júnior disse...

Soledade é uma grande poeta, Virna.
Obrigado pela visita

soledade disse...

Adair, fico sem jeito. Obrigada, meu amigo. É curiosa esta coisa das afinidades que se pressentem e se firmam entre pessoas que nunca se viram. E vão seis anos! Ainda me lembro do primeiro poema seu que li, chamava-se "floresta", e foi na lista Poemas. Fiquei fascinada com as suas loucas quebras de versos, com os jogos fónicos e sintácticos, com a tensão rítmica (aprendi muito consigo), e sobretudo com uma sensibilidade tão convergente à minha, uma poesia dos afectos, da busca de completude, do quotidiano. E de poucas palavras. O contacto com ela fez-me crescer, e deu-me, quando duvidava de mim, a coragem para experimentar e continuar.

Beijo grande e obrigada por este carinho

Silvia Chueire disse...

Um dos belos poemas da Soledade, que escreve poemas tão bons.É bonito ler também esta troca de reconhecimentos entre vocês, Adair e Sol.

Meu carinho,
Silvia

Adair Carvalhais Júnior disse...

Soledade é especial, Silvia. Há tempos. Não só pelo que escrevo mas principalmente por ser a pessoa que é.

Beijo

Anônimo disse...

Adair,
Seu blog está 10!!! Os poemas escolhidos são realmente muito bons! Adorei este poema da Soledade!
Um grande abraço, Joana

Adair Carvalhais Júnior disse...

Obrigado Joana.
Volte sempre aqui.

Um beijo

Anônimo disse...

Adair, eu sou leeeeenta como a brisa de Belém... mas nunca é tarde demais para a palavra (ou para o sopro).
Vim espiar o poema da Sol... seus poemas sempre me fazem ter vontade de falar baixinho, de sussurrar depois que os leio. E aqui estou murmurando beijos.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Lilia,
obrigado pela visita.
Eu não tenho pressa...

beijo

Adair