Quem vê Niara pela primeira vez, refletida nas altíssimas encostas geladas, não imagina o quanto pode amá-la.
A ela pode-se chegar através da limpidez azul de seus olhos sempre úmidos, das carícias delicadas em sua penugem morena ou pela sombra púrpura de seu sexo.
Mas não basta descobrir que seus seios exalam o perfume das flores sempre recobertas de neve ou que sua voz reflete o grito dos animais surpreendidos pela queda de uma estrela dourada.
O brilho cegante das neves eternas não se rende por pouco: é preciso que o viajante se desdobre no seu outro se quiser amar Niara.
Quem vê Niara pela primeira vez não imagina o quanto pode enlouquecer.
Adair Carvalhais Júnior
(do livro "As mulheres invisíveis" - Favor não divulgar)
6 comentários:
quem bebe dá fonte do nada,
por entre os limites da palavra,
pode morrer de endoidecer,
com as flores e terra na mão
com o chão no céu e o céu no chão...
Isso mesmo, Taiyo. Eu prefiro o céu no chão...
Quero ver Niara, enlouquecer. Antes me desdobrarei em meu outro ser, sim.
Lindo, tanto. Faz sentir.
Obrigado Bruna.
Quem se desdobra com certeza vê Niara.
essas mulheres são magníficas...
Pena que sejam invisíveis.....
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