7/17/2011

barro



onde deságua o rio
prá breve confrontar
o mar

entre galhos e raízes

onde se desencontra
o trem e despenca
na curva alta

confundido no horizonte

onde abrem se janelas
e portas

pés descalços misturando se
na areia memória
vespertina da lua

rasgando a montanha
laranja


Poema e foto: Adair Carvalhais Júnior

10 comentários:

Dília M. A. Glória disse...

Lindo esse poema: memória, origem, temporalidade...!

Julia disse...

De fato: não há matéria mais presente em nossa composição. Não poderia só dizer que ele me emociona; acho que seria mais certo dizer que ele é um encontro com minha própria emoção. Vou gardá-lo sempre perto.
Ju.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Um encontro com a minha emoção também, Júlia.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Foi pensando assim que ele foi feito, Dília.
Fico feliz que tenha gostado.

MA FERREIRA disse...

O Barro é minha matéria prima..

o que eu uso: terra, fogo, água, ar..
e amor..
minha arte é extensão de mim..
sou ceramista e venho te seguindo do Tertulia.
Bj
Ma Ferreira

Adair Carvalhais Júnior disse...

O barro é A matéria-prima.

Obrigado Ma, pela visita e pelo comentário

na vinha do verso disse...

guardo uma memória esturricada
de montes pelados
torrões ressecados
cortados por córregos minguados

um barro impregnado na pele
que reencontro sempre que leio seus poemas

abs Adair

Adair Carvalhais Júnior disse...

Fico feliz que assim seja, meu caro.

Obrigado pela visita e pelo comentário gentil.

Ana Claudia disse...

Barro, origem e fim.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Apenas vida, Ana Cláudia.

Obrigado pela visita e pelo comentário.