5/18/2015

testamento


se eu fosse
morrer escolheria um
dia de chuva
fina e céu
claro

e uma varanda aberta
pro poente

andaria o dia
inteiro num caminho
de terra fresca iluminado

pelo sol que se
comprime entre as árvores

se eu tivesse que
morrer andaria toda
a noite num caminho
banhado de
rio escolheria

uma árvore de tronco
robusto e abundante
copa

e me deitaria 
no seu abrigo úmido
junto de meus cães

Foto: Júlia Jardim  


Adair Carvalhais Júnior

2 comentários:

Anônimo disse...

Belo poema Adair.

José Felix

Adair Carvalhais Júnior disse...

Obrigado José.

Estamos há tanto tempo sem nos "falar"...

Grande abraço