9/09/2015

aurora


meus
olhos descobrem indícios
enluarados na
manhã

uma brecha morna
de luz inventa
memórias inadiáveis de teu
corpo

minhas mãos surpreendem
alvuras nas
sombras íngremes
de tuas pernas

na janela o sol
inflama teu pescoço
vulnerável em meus 
lábios

o dia espreita
o encontro de nossos
abismos a rendição
de nossos
tremores

dorme em mim
o sabor do teu

cio


Adair Carvalhais Júnior

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