o rio que molhava
meus pés trazia de
longe a memória acre
das árvores os sonhos
íntimos das
pedras
transbordava a vastidão
das areias
ancestrais
o rio que atravessava
meu corpo levava
pra longe a angústia
muda dos peixes o vigor
das
matas
saciava os desejos
das margens
desmedidas
o rio da minha
meninice revolve se
na lama escura sufoca
na aridez mineral
o rio da minha
vida arrasta a
morte para todos
os lados agoniza
a terra
o horizonte
a esperança
Adair Carvalhais Júnior
Nenhum comentário:
Postar um comentário