2/02/2005

Ivan Junqueira

E Se Eu Disser


E se eu disser que te amo - assim, de cara,
sem mais delonga ou tímidos rodeios,
sem nem saber se a confissão te enfara
ou se te apraz o emprego de tais meios?
E se eu disser que sonho com teus seios,
teu ventre, tuas coxas, tua clara
maneira de sorrir, os lábios cheios
da luz que escorre de uma estrela rara?
E se eu disser que à noite não consigo
sequer adormecer porque me agarro
à imagem que de ti em vão persigo?
Pois eis que o digo, amor. E logo esbarro
em tua ausência - essa lâmina exata
que me penetra e fere e sangra e mata.

Ivan Junqueira

4 comentários:

Marilia Kubota disse...

Que bom ler seu blog! Sua poesia é límpida como água de uma fonte cristalina. Seu gosto pela poesia também.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Obrigado, Marília.
O seu também está muito interessante.

Silvia Chueire disse...

Eu gosto deste poema.É pura simplicidade e pontaria certeira. Além disso, a música...

Beijos,
Silvia

Adair Carvalhais Júnior disse...

Este poema tinha rolado na butecus, Silvia, mas ele é muito bonito. E daí resolvi colocá-lo aqui.

Beijo