inalcançáveis as
calçadas onde brincávamos as
árvores escondidas sob
viadutos atrás
de trincheiras irremediavelmente
perdidas as enxurradas onde
lambuzávamos nossos
pés sempre
descalços completamente
empoeirados
as casas pequenas com
varandas os olhares
vizinhos um tanto
de lotes
vagos
as ruas não
me
acolhem
2 comentários:
esse sentimento de não pertencer à rua me acompanha desde sempre... como será brincar fora do espaço de si? como poderia ser ocupar como seu um lugar que também é do outro? o que nos traz e o que perdemos ao cercar nossos espaços nos domínios do indivíduo e nos privar dos furtivos olhares vizinhos? e esse ensimesmamento? solidão? ...
perguntas de um mundo novo, que não permite mais a convivência, o avizinhamento. Alguns, como eu, perderam. Outros, como você, nunca tiveram.
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