7/03/2008

perene


enquanto escrevo poemas

desatam se dias frágeis perdem

se entre uma e outra

palavra as mesmas

dores cotidianas perdas

intangíveis


as mãos ainda mais

ressequidas vertem versos

desamparados e

fantasias

indeléveis


nuvens formam a todo

momento árvores e

pedras nas


minhas janelas




Adair Carvalhais Júnior

2 comentários:

Adrianna Coelho disse...


e eu ainda estou aqui
(ou algo mais impreciso do que isso)
lendo
sorvendo
cada gota de suas letras
e demoro-me porque demorado é melhor
(como quintana
não tenho tempo de ser breve)
e vou lá no fundo
para respirar
e torno à superfície
e fico metade pra lá do precipício
e seu poema me palavra de um jeito
que deixa minhas lascas pelo espaço...
a isso eu chamo órbita de palavras...
e eu ainda estou aqui
ou algo mais impreciso do que isso...

Adair Carvalhais Júnior disse...

Uma presença enriquecedora, Pavrita.

Muitíssimo obrigado.