9/17/2008

bordas



o poema que

procurava escreveu

se inteiro nas suas

costas na


agonia da sua

boca


nos largos ombros da

noite no cheiro dos seus

atormentados

vãos enquanto


sussurava em seus

olhos abria suas

pernas


desenhou se na

lua abandonada entre

as estrelas perdidas no


silêncio miúdo do seu

choro


e descobriu

horizontes onde antes

precipícios



Adair Carvalhais Júnior

(poema e foto)

6 comentários:

Fred Matos disse...

Muito bom, Adair.
Abração

Adair Carvalhais Júnior disse...

Valeu Fred.

Bee-a disse...

já disse, em outro momento, como gostei.
obrigada.

Soledade disse...

O poema insinua-se, mistura-se, toma parte, sobrepõe-se, o poema vem clandestino e transfigura os dias e revela horizontes. No fim, Adair, é pequeno o preço pelo privilégio de trazer à luz uma beleza tão frágil e tão nova, não acha?
Isto é lindíssimo!
Beijo

Adair Carvalhais Júnior disse...

Certamente, Sol. O preço é irrisório.

Muito bom saber que você gosta.

beijos

myra disse...

me permiti entrar no seu blog, a traves de meu irmao Iosif Landau, gostei muito!!!
myra