10/21/2008

arraigado





não se extinguem as

marcas dos

dias as entranhas

escancaradas prá

sempre


o rastro da lua nas

veias os medos

assombrosos tantos

amanhecimentos


as pedras não

se dissipam as

mãos roçando

poemas abandonos


lonjuras

frestas

aridez


é eterna a

memória da

carne




Adair Carvalhais Júnior

(foto e poema)

8 comentários:

Adrianna Coelho disse...


a memória da carne
é alquímica
- um arranjo de fragmentos
químicos e sensoriais da alma
que carrega nuvens com medo de chuva
e os silêncios das pedras
nascentes de poemas enluarados

Adair Carvalhais Júnior disse...

Gosto dos seus exercícios Pavitra.

Obrigado.

Adrianna Coelho disse...



voltei!

voltei pq fiquei com a sensação de ter viajado sem olhar a paisagem...

voltei pra dizer que adorei essa foto!

Adair Carvalhais Júnior disse...

Este poema me fez entender pq gosto de fotos como essas, Pavitra.

Fico contente q vc tenha gostado dela também.

Cosmunicando disse...

na carne tão arraigadas as vivências... vão ficando os vãos igual à parede da foto.
belo poema

Adair Carvalhais Júnior disse...

Sim. A carne é uma parede arraigada.

Amélia disse...

Mais um dos teus belíssimos poemas,Adair.Beijo por ele.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Obrigado Amélia.

beijo pra ti.