10/23/2008

remoto





tão ausente que não
te encontro mais nos meus
versos tão
pouco no teu
toque

não te vejo não
te toco
não

tão distante que meu
corpo a
ti não se
sabe
mais



Foto e poema: Adair Carvalhais Júnior
(Do livro "todo poema é um risco lançado sobre o nada". Favor não divulgar)

10 comentários:

Otávio disse...

muito bom!
me senti numa jangada, de um lado pro outro no balanço da água.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Balanço bom, Otávio !

Obrigado pela visita e pelo comentário.

Volte sempre.

Bee-a disse...

bela a associação com a foto...

uma seqüência de poemas tão tristes...

Adair Carvalhais Júnior disse...

Busquei a foto para ele.
Tristes ? Maybe...

Adrianna Coelho disse...



mas há distâncias que não separam
nem pela ausência
nem pelo silêncio
porque nos mandam estrelas
sóis de outros sistemas
e beijos azuis molhados

porque de repente
nos fazem sentir o orvalho
como se nos transformassem
em amarílis ou orquídea
ou miosótis
ou em qualquer flor
que exale aroma
também azul

(não sei nome de flor azul)

porque de tão remotas
se fazem presentes
e já nos pressentem
num poema azul...

como o seu!

Adair Carvalhais Júnior disse...

É verdade Pavitra.
Há distâncias de tantos tipos...
Algumas deixam a gente até mais próximo...

obrigado pela visita e pelo comentário.

Ana Cecília disse...

Belíssimo poema.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Obrigado Ana.
Apareça sempre.

Igor Machado disse...

"quem sabe a solidão, fim de quem ama"

vinicius de morais, determinante

Adair Carvalhais Júnior disse...

Obrigado pela visita, Igor.
Solidão: determinante.