9/28/2010

raro




espiar atrás da cerca

através da manhã
                           

encantar se com o fulgor
das nuvens
                           
roçar os dedos na água
da chuva descansar
                           
sobre as serras



ouvir o murmúrio das estrelas

as feições da lagoa                 


cobrir se com a sombra
da noite

adormecer no avarandado dos
olhos conversar

com borboletas

                  
só as crianças sabem
silenciar como as palavras




Adair Carvalhais Júnior

8 comentários:

Anônimo disse...

Delicado como pouso de borboleta.

Adorei!

Beijo.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Gostei da comparação.

Obrigado.

um beijo

Natália Nunes disse...

esses dias vi que tenho guardado vários poemas de adair carvalhais júnior, um livro, de uma época em que eu vasculhava poesias pela rede.

li li li enfeitiçada.
parabéns, é dom demais.

Adair Carvalhais Júnior disse...

OLha, achei uma das poucas leitoras de meu livro !

Obrigado Natália. Espero que continue gostando do que ando escrevendo.

um abraço

Mari Amorim disse...

Adair,
é como fechar os olhos e sentir a alma flutuando em um dia de primavera!
Achou outra leitora.
Boas energias,sempre
Mari

Adair Carvalhais Júnior disse...

Obrigado Mari. O poema era para isso mesmo.

Sei que tenho o privilégio de tê-la como leitora constante. No caso da Natália é que ela conhece meu livro.

gde beijo

Nathalia Livia disse...

Olá. Não sou a "Natália" leitora de seu livro, mas certamente mais uma nathália admiradora. Gostei de sua simplicidade, que não tem a pretensão de "não ser doce demais" é, e é descaradamente sutil. Parabéns pela boa ousadia.

Adair Carvalhais Júnior disse...

que rara coincidência, Nathália.

E que privilégio poder participar dela.

Muito obrigado pela sua visita. E pelo comentário certeiro.

Continuarei tentando ousar.