5/07/2011

margens



de longe me vinham os
sons
das terras que
dormiam
acalentando frutos
e madrugadas

e do afago dos ventos  
que rodeavam as noites
penetravam as frestas
e escorriam sobre os sonhos
das águas ribanceiras

dos pastos profundos
da poeira
                           
de longe me vinha a brasa
que se atracava às paredes
rolava pelo chão revolvia
os lamentos abandonados
no eterno fulgor dos silêncios

das ruas descalças
do braço
de rio

Adair Carvalhais Júnior

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