decerto eram felizes
aquelas casas brancas
e azuis de janelas
aos pares por onde
entram manhãs e altas
montanhas
eram felizes aqueles
quintais com meninos
pelados correndo
atrás de galinhas
decerto eram felizes
aquelas casas pequenas
que se espalham
entre árvores sobem
nos morros atrás
dos animais
felizes aquelas águas
que fartam os cães
e fazem verdes
os horizontes
decerto eram felizes
aquelas casas acesas
onde queima o fogo
das tardes frias
aqueles homens crus
de pele puída
que trabalham sol
a sol
e apenas esperam
a noite chegar
Poema: Adair Carvalhais Júnior
Foto: Júlia Jardim
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