12/25/2015

poder



ainda estamos com as mãos
molhadas do suor
dos explorados 

nossos braços continuam
inchados de carregar crianças
descarnadas 

casas esburacadas ruas
lamacentas olhos
presos ao
chão


a súplica das árvores
arrancadas ainda atropela
nossos ouvidos o fedor

das águas 
apodrecidas continua
nos entorpecendo

o dia não conhece
silêncio a noite

não liberta nossa
reles


humanidade


Adair Carvalhais Júniior

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