2/18/2005

declives

declives
(...) a arte da perda não custa mesmo a aprender. É só deixar-se ir ...

Soledade Santos


entre versos e
noites serra
abaixo caminha meu
corpo entre

linhas sobre
pedras fluem todas
minhas
dores

desmoronam-se os
olhares arruinam-se os
gestos nas

horas que se
espalham lentas nas
ladeiras

e se refazem antes do dia
clarear


Adair Carvalhais Júnior

6 comentários:

soledade disse...
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soledade disse...

Ah, Adair, eu sei que disse isso, mas a arte da perda (foi a propósito do poema da E. Bishop), não é realmente fácil. E no entanto, no seu poema, apesar do desmoronamento, da disforia pedregosa, a queda vai, quase mansa. E uma gota de luz brilha, na última estrofe. Belíssimo poema. Muito seu.
Beijo grande

Adair Carvalhais Júnior disse...

E muito seu, também.

Obrigado.

Bjã0

virna disse...

são as ladeiras de minas? é bonito o poema, as dores que descem e desmoronam, em um movimento de descida, lento.
um beijo

Marilia Kubota disse...

hum, tds os amigos reunidos...achando-se e perdendo-se. Tem uma pessoa do comitê do Perhappiness (evento poético que acontece tds os anos em Curitiba, pra comemorar o aniversário de Leminski) pedindo sugestoes de seminários. Quem sabe vcs venham pra cá este ano...mandei sugestao de o Fabrício lançar o SLMG aqui. Poderia haver uma junção Minas-Paraná.
E Portugaro? Quem sabe.

Adair Carvalhais Júnior disse...

São as de Minas também, Virna.

Obrigado pela visita e pelo comentário.

Quem sabe, Marília. Quando será o seminário ?