11/11/2008

dor


em torno de

Liubomir Levtechev



tomados da fadiga

imemorial meus

pais regressavam ao

inexistente

lar

natal


sob seus

pés ruía a

carne rugiam

clarões fendiam a

terra

desamparada


perdidos em

guerras e parcos

horizontes meus

irmãos já

não olhavam para

trás


todos os dias os sóis

refaziam nossa desesperança



Adair Carvalhais Júnior

10 comentários:

Amélia disse...

Muito bom Adair.Gosto da tua poesia, tu sabes.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Obrigado Amélia.
Sei que estás sempre por aí.

Adrianna Coelho disse...


essa poesia toca fundo
queima dos pés à cabeça
da terra ao desespero sem nuvens...

essa toca quem lê!

Bee-a disse...

lindo poema.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Tocar e ser tocado: a poesia vai e volta, pelos caminhos da dor e da alegria.

Fico feliz que você tenha se deixado tocar, Pavitra.

Adair Carvalhais Júnior disse...

Sabe como é bom quando você gosta, Bi. !

Ana Cecília disse...

Belíssimo poema. Desses que doem na gente...
Abraço.

Adair Carvalhais Júnior disse...

E continuam doendo.

Obrigado pela visita e pelo comentário, Ana.

Mariana Botelho disse...

poesia é boa quando dói.
essa é assim.

e a gente deixa morar a dor por um tempo, como se olhasse um instante parado através de uma janela.

Adair Carvalhais Júnior disse...

O tempo parado na janela.
E fizeste um poema !