para Júlia
havia crianças por aqueles
lados que gostavam
de brincar no rio
e esvoaçar borboletas brancas
e amarelas
que corriam atrás
das folhas e gostavam
de ver vagalumes
enxurrada abaixo
havia crianças que reviravam
a terra e gostavam
de cortar galhos e construir
ninhos
que gostavam de subir
nas amoreiras e brincar
com amigos invisíveis pelos
lados de lá
quando o mundo adormecia havia
crianças que acolhiam as sombras
em seus olhos penetravam
a madrugada e exalavam
estrelas pros lados
de cá
Adair Carvalhais Júnior
12 comentários:
Lindo, como todos os teus poemas - e conheço bastantes...
Conhece mesmo
Um abraço prá vc, amiga.
Nessas horas eu não consigo dizer muito além do que já deve ser óbvio. A beleza é imensa e me emociona sem falha, de um jeito maravilhoso. E eu leio e releio, descobrindo, apesar das pouquíssimas linhas, cada vez um cenário novo, um novo objeto de contemplação. Seus poemas têm sido assim: verdadeiras histórias, mundos que desabrocham entre uma estrofe e outra. E não é raro mais que eu me pegue, um ou dois meses depois de lido um poema, revendo esta nova história que ele me contou com saudades, como se tivesse lido um livro ou visto um quadro. E para este caso, neste poema que fala tanto de passado, de futuro e de mim, a emoção me limita as palavras; porque é sempre tão assustador e tão belo se sentir desnudada assim: conhecida como eu poucas vezes imagino que sou.
E eu posso dizer o que, Ju ?
que dizer?
seus bunitos... rs
abraços nos 2!
abraçamos de volta.
brigadão.
Muito bom ler um poema assim, lindíssimo e emocionante.
Um grande grande abraço, Adair.
É sempre bom saber que vc gostou. E ainda mais, se emocionou.
Obrigado Dade.
Oi Adair, conheci (vi) um poema seu em uma página no face (de um amigo)e me encantei...
Vou ler (seu blog) e com certeza reler, parabéns!
Seja bem vinda, Adriana.
Muito muito bonito, Adair.
Beijo.
Obrigado Dade.
Violte sempre.
Postar um comentário