Durante muito
tempo ouvimos o assustador rumor das manhãs. O vazio das horas dilatadas. O
clamor dos olhos incrédulos.
Mas os
portões permaneceram abertos. E no fulgor do silêncio foram, enfim,
transpostos.
Então os
campos abertos fecundaram nossas mãos. E os vinhos de Espanha enrubesceram
nossas pernas.
Finalmente
teus sorrisos preencheram o vasto espaço da cama. Teu cheiro impregnou as
paredes turvas. E o perfume de teus lábios ecoou a lua crescente.
Ao pé da
aurora partilhamos a mais longa aragem. E no repouso dos dias límpidos os
girassóis amadureceram em nossos corpos esgotados.
Assim o
infinito fez-se ainda mais profundo.
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