5/24/2012


                             noturno





                   mas os versos perfuram
                   a noite escavam penetram
                   onde nem mesmo a dor
                   consegue habitar

                   feito entranhas dum peixe
                   cru

                   é imensa a bruma
                   que cobre as horas
                   e se adensa sobre
                   as paredes
        
                   a poesia se refugia
                   por trás dos raios
                   remotos que entram
                   um a
                   um

                   o corpo
                   embrutecido vaga
                   na esperança dum naufrágio
                   indolor


Poema e foto de
Adair Carvalhais Júnior

6 comentários:

Nálu Nogueira disse...

Lindo!

Adair Carvalhais Júnior disse...

Que bom te ver por aqui, moça.

E que bom que gostou.

bj pra vc

Julia disse...

lindo mesmo... condensou esse sentimento da dor indolor que só a poesia sabe dizer, porque deve ser feito de pura poesia mesmo, feito a água e a bruma... uma surpresa feliz conhecer a sua poesia!

Romis Lima disse...

Um Noturno lindo!

"é imensa a bruma
que cobre as horas
e se adensa sobre
as paredes"

Perfeito!

Adair Carvalhais Júnior disse...

Ora Romis, assim vc me deixa meio besta.

um beijo prá vc

Adair Carvalhais Júnior disse...

Pois é, Julia, só a poesia pode dizer algumas coisas.

Fico feliz que você tenha chegado aqui. E que tenha gostado. Fique à vontade para voltar e.. voltar. rs

Obrigado.